Índice
Você já parou para pensar que o nosso cérebro é como o “processador” da vida? Ele controla quem somos, como sentimos e até o jeito que sorrimos.
Agora imagine se, de repente, esse sistema tão perfeito sofre uma falha grave. É isso que acontece em um Acidente Vascular Cerebral (AVC).
Pode parecer distante, mas não é. O AVC é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo.
E o mais importante: reconhecer os sintomas a tempo pode salvar uma vida, talvez até de alguém muito próximo de você.
Neste post, você vai entender como identificar os sinais de um AVC, quais os principais fatores de risco e como a medicina preventiva pode mudar tudo.

O que é um AVC e por que é uma emergência médica?
O Acidente Vascular Cerebral (AVC), também chamado de derrame, é como se fosse um “apagão” no cérebro.
Ele acontece quando o fluxo de sangue para uma parte do órgão é interrompido, seja por um entupimento de artéria (AVC isquêmico, responsável por 85% dos casos) ou por uma ruptura de vaso sanguíneo (AVC hemorrágico, em torno de 15% dos casos).
O problema é que o cérebro não guarda energia de reserva. Assim, quando o sangue para de circular, os neurônios daquela região começam a morrer em questão de minutos.
Para você ter uma ideia do impacto: a cada minuto de um AVC, até 1,9 milhão de neurônios podem morrer. É como se uma parte da sua memória, raciocínio ou até movimentos fosse “apagada” de forma irreversível.
É por isso que a frase repetida por médicos do mundo inteiro não é exagero: “tempo é cérebro”. Quanto mais rápido for o atendimento, maiores são as chances de recuperação sem sequelas graves.
Números do AVC mostram essa realidade:
- No mundo: o AVC é a segunda principal causa de morte entre doenças não transmissíveis. Em 2025, mais de 12 milhões de pessoas sofreram um AVC, e cerca de 6,5 milhões morreram.
- No Brasil: só entre janeiro e abril de 2025, foram registradas 18.724 mortes por AVC — uma morte a cada 7 minutos. Em 2024, o total ultrapassou 84 mil óbitos.
E mais: o AVC não atinge apenas pessoas idosas. Cada vez mais jovens aparecem nas estatísticas, em especial quando existem fatores de risco como pressão alta, tabagismo, uso de drogas e sedentarismo.
Identificando os sinais de alerta de um AVC
O AVC é uma emergência médica onde cada minuto conta. Por isso, saber reconhecer os sinais pode fazer toda a diferença entre uma recuperação completa ou sequelas permanentes.
A comunidade médica mundial criou uma forma simples de lembrar os principais sinais: o método SAMU, que em inglês é conhecido como FAST (Face, Arms, Speech, Time). Cada letra representa um sinal:
- S (Sorriso): Peça para a pessoa sorrir. Se um lado do rosto não se move, é um alerta.
- A (Abraço): Peça para a pessoa levantar os dois braços. Se um deles cai ou não se move, atenção.
- M (Mensagem): Peça para a pessoa repetir uma frase simples. Se a fala sair arrastada ou incompreensível, é sinal de AVC.
- U (Urgência): Se qualquer um desses sinais aparecer, não perca tempo – ligue imediatamente para o SAMU (192).
Quais são os primeiros sinais de um AVC?
Os sintomas surgem de repente, sem aviso. É como se o corpo desse um “grito de alerta”. Alguns exemplos:
- De repente, você não consegue segurar um copo de água.
- Vai mandar um áudio no WhatsApp e a fala sai enrolada.
- O mundo parece girar e você perde o equilíbrio.
- A visão falha, como se alguém tivesse colocado um filtro borrado na câmera.
- Uma dor de cabeça explosiva aparece, diferente de qualquer outra.
Pense assim: se o seu corpo ou o de alguém próximo desliga de repente, pode ser AVC.
Quais são os 7 sintomas clássicos de um AVC?
Quando o corpo sofre um AVC, é como se apertasse um botão de alerta vermelho. Tudo muda de repente.
Entender esses sinais pode salvar a vida de um amigo, de um familiar ou até a sua.
1. Fraqueza ou paralisia súbita em um lado do corpo
De repente, a pessoa não consegue levantar um braço, segurar um copo ou até caminhar sem tropeçar.
É como se um lado do corpo “desligasse”, igual quando o controle do videogame descarrega e um botão para de responder.
2. Boca torta, sorriso assimétrico
Um dos sinais mais fáceis de notar: ao pedir para a pessoa sorrir, metade do rosto responde, a outra não. É o cérebro mandando mensagens desencontradas para os músculos faciais.
Quem está acostumado a selfies percebe isso rápido: na foto, o sorriso sai “torto”.
3. Dificuldade para falar ou entender frases simples
Na hora de mandar um áudio ou conversar, a fala pode sair enrolada, incompleta ou até incompreensível. Em alguns casos, a pessoa nem consegue entender o que você fala.
É como quando o microfone do celular falha: o som sai picotado e ninguém entende nada.
4. Confusão mental repentina
A pessoa parece perdida, como se tivesse esquecido onde está ou o que estava fazendo.
É como abrir várias abas no navegador e o computador travar, o cérebro fica sobrecarregado e não consegue processar.
5. Perda de equilíbrio
De repente, a pessoa começa a andar “torto”, tropeçar ou parecer bêbada, mesmo sem ter bebido. Isso acontece porque o AVC pode atingir a área do cérebro que controla a coordenação.
6. Alterações visuais
A visão fica turva, dupla ou, em alguns casos, apaga em um dos olhos. É como se a lente da câmera do celular tivesse quebrado: a imagem chega, mas o cérebro não consegue processar direito.
7. Dor de cabeça súbita e intensa
Não é uma dor de cabeça comum. É descrita como a pior dor da vida, surgindo de repente, acompanhada de náuseas e até vômitos. É tão forte que interrompe qualquer atividade imediatamente.
Em resumo: se alguém tiver boca torta, fala enrolada e fraqueza em um braço, não espere. Ligue para 192 que é o número do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).
Esses 3 sinais juntos já são suficientes para agir. E lembre-se: cada minuto de atraso é como perder milhões de neurônios.
E em casos mais graves, quando o paciente chega à sala vermelha do hospital, cada segundo de atendimento pode determinar o futuro da recuperação.
Tipos de dor associados ao AVC
Nem sempre o AVC começa com boca torta ou fala enrolada. Em alguns casos, o corpo grita através da dor.
Uma dor de cabeça diferente, súbita e intensa pode ser o primeiro aviso de que algo grave está acontecendo no cérebro.
Reconhecer esse tipo de dor pode ser a chave para agir rápido e iniciar os primeiros socorros corretamente.
Onde é a dor de cabeça do AVC?
A dor de cabeça do AVC não é uma dor comum, daquelas que você sente depois de um dia puxado de estudos.
Ela surge de repente, como um raio: intensa, insuportável, descrita por pacientes como “a pior dor da vida”. Muitas vezes vem acompanhada de enjoo e vômitos.
É como se o cérebro disparasse um alarme máximo, exigindo atenção imediata.
Onde dói antes do AVC?
Algumas pessoas relatam dores “estranhas” antes de um AVC: uma dor de cabeça persistente, um incômodo no pescoço, até uma pressão no ombro. Esses sinais podem vir junto de formigamento e fraqueza.
Pense nisso como quando o celular começa a travar e esquentar antes de desligar sozinho. O corpo, do mesmo jeito, às vezes dá esses “spoilers” de que algo sério está prestes a acontecer.
Variações e tipos de AVC
O AVC não é sempre igual. Ele pode se apresentar de formas diferentes: às vezes como um aviso rápido que desaparece, outras como um episódio leve que muita gente ignora, e até de forma silenciosa, sem sintomas óbvios.
O protocolo Manchester, usado em muitos prontos-socorros no Brasil, ajuda a classificar a gravidade dos casos na triagem. Quando se trata de AVC, o paciente ganha prioridade máxima.
O que é um pré-AVC?
O famoso pré-AVC é, na verdade, o Ataque Isquêmico Transitório (AIT). Os sintomas são os mesmos de um AVC, mas desaparecem em até 24 horas.
Parece “inofensivo”, mas é como aquele aviso vermelho no painel do carro dizendo que o motor vai fundir se você não agir.
Ignorar um pré-AVC pode abrir a porta para um AVC grave nos próximos dias.
Como é um AVC leve?
O AVC leve dá sinais discretos: fala enrolada por alguns minutos, uma dormência passageira, uma tontura que logo passa.
E aí mora o perigo: justamente por parecer “pequeno”, muita gente deixa para lá.
Mas é como uma rachadura em um prédio. Sozinha pode não assustar, mas se não for cuidada, compromete toda a estrutura.
Qual o sintoma de um AVC silencioso?
O AVC silencioso é traiçoeiro. Ele não dá sinais claros na hora, mas deixa marcas no cérebro.
Muitas vezes a pessoa só descobre em exames de rotina. Os efeitos? Pequenas falhas de memória, dificuldades de concentração, mudanças sutis no comportamento.
É como ter um vírus escondido no computador: você não percebe na hora, mas ele está lá, corroendo por dentro.
Diagnóstico e identificação
O grande desafio do AVC é que ele nem sempre é óbvio. Alguns sinais podem ser confundidos com cansaço, estresse ou até ressaca.
É aqui que entra a importância do diagnóstico: saber diferenciar e identificar rapidamente faz toda a diferença entre um socorro eficaz e a perda de tempo precioso. Afinal, o que o médico faz nessa hora é decidir o tratamento certo em minutos.
É possível ter AVC e não saber?
Sim. Além dos silenciosos, existem AVCs tão pequenos que passam despercebidos, mesmo assim aumentam muito o risco de um episódio maior no futuro.
É como jogar fora uma chave de fenda enferrujada sem dar importância, até perceber que ela era a única peça que sustentava um equipamento inteiro.
Como fazer o teste de AVC em casa?
Existe um método rápido que qualquer um pode aprender: o SAMU — Sorrir, Abraçar, Música, Urgência.
- Sorrir → Peça para sorrir. Se o rosto ficar torto, é alerta.
- Abraçar (levantar braços) → Se um braço cair, pode ser fraqueza.
- Música (falar) → Se não conseguir repetir uma frase simples, é sinal de risco.
- Urgência → Chame o 192 imediatamente.
Ensinar isso aos amigos é como compartilhar uma “skill secreta” que pode salvar vidas.
O que fazer se alguém tiver um AVC: protocolo SAMU
Quando o AVC acontece, cada minuto é precioso. Siga estes passos:
- Aplique o teste SAMU (mencionado anteriormente);
- Ligue imediatamente para o 192 se identificar qualquer sinal;
- Anote o horário exato em que os sintomas começaram — essa informação é essencial para o médico decidir o tratamento;
- Mantenha a pessoa deitada com a cabeça ligeiramente elevada;
- Não ofereça alimentos, líquidos ou medicamentos;
- Afrouxe roupas apertadas, principalmente no pescoço;
- Mantenha a pessoa calma e aguarde o socorro.
Como evitar o AVC? Fatores de risco e prevenção
A grande notícia é que 90% dos AVCs poderiam ser evitados com escolhas mais saudáveis.
- Controlar a pressão arterial;
- Praticar atividade física regular;
- Cuidar da alimentação;
- Evitar cigarro e álcool em excesso;
- Manter acompanhamento médico.
É como cuidar de um carro: se você faz revisões regulares e troca o óleo na hora certa, evita que ele quebre na estrada.
Do conhecimento à ação: o seu futuro na Medicina
Agora imagine: você está com amigos e, de repente, alguém apresenta boca torta e fala enrolada. Você reconhece os sinais, chama o SAMU e ajuda a salvar aquela vida. Isso já é incrível.
Mas pense além: e se você fosse o médico que recebe esse paciente? Aquele que aplica o tratamento certo e devolve não só a vida, mas também a chance de continuar estudando, trabalhando, sonhando.
Essa é a essência da Medicina: transformar conhecimento em cuidado, técnica em esperança, minutos em futuro.
E se esse também for o seu sonho? Já pensou em como ser médico e fazer parte dessa realidade?
Aliás, a Unoeste forma médicos preparados para esses momentos decisivos, em que cada segundo faz a diferença. Porque ser médico não é apenas dominar protocolos, é ter coragem de agir e coração para cuidar.
E se você já imagina esse futuro para você, o primeiro passo começa agora! Baixe gratuitamente o nosso Plano de Estudo para Medicina e descubra um passo a passo prático para organizar sua preparação para o vestibular.
Seu sonho de salvar vidas começa com a sua decisão de se preparar hoje!
